Sempre achei legal a possibilidade de ter uma irmã. Talvez pela ideia de ter uma amiga desde pequena e assim podermos trocar roupas, maquiagens e segredos femininos. Mas não aconteceu, pois tenho dois irmãos e sou a filha do meio. Por um tempo fui caçula e sempre serei a menina da casa.
As relações fraternas costumam ser as mais longas das nossas vidas, a partir destas as crianças aprendem a situar-se em relação a seus pares, a viver experiências de rivalidade, ciume, inveja; descobrir a cumplicidade, companheirismo e solidariedade.
Mesmo tendo irmãos homens trocávamos, e ainda trocamos, muitos segredos. Por não ter a conotação e julgamento moral, o conselho fraterno é muito partilhado. Por ser a filha do meio, tive “influência” do meu irmão mais velho e pude “influenciar” o irmão mais novo. Claro que não é deste jeito linear e tão claro, mas o que importa é que o comportamento de um irmão influencia a resposta do outro.
Vale dizer que a relação fraterna passa por transformações, podendo ser, próxima ou distante, fria ou calorosa e amistosa ou conflituosa. A relação fraterna está relacionada ao gênero dos irmãos, diferença de idade entre eles, intervenções parentais, o temperamento infantil de cada um e as etapas do ciclo de vida individual e/ou familiar.
A fratria permite que as crianças enfrentem as dificuldades apoiando-se mutuamente. Esta se transforma em um sub-sistema com regras próprias, lealdades, valores e um compartilhar de experiências únicas.
Até a próxima,
Laura
* Tati Bernardi
Fonte: Tilmans-Ostyn, E. & Meyckens-Fourez, M. (Orgs.) (2000), Os recursos da fratria. Belo Horizonte: Artesã.
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