quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Não foi nada, já vai passar!



Provavelmente você já ouviu diversas vezes a frase “Não foi nada, já vai passar” quando você se machucou, chorou ou ficou bravo por coisas aparentemente pequenas. Este comportamento é aprendido e geralmente é dirigido as crianças pequenas. 

Mas você já parou e pensou porque fazemos tal comportamento? Porque é difícil reconhecer e acolher a dor do outro, por menor que seja? Não estou falando de comportamento de birra ou manha, mas sim da dificuldade que temos em identificar que o choro ou uma tristeza, por menor que seja, deve ser acolhido.

Em torno dos dois ou três anos, as crianças são capazes de relacionar palavras a sentimentos e nomear expressões faciais. Mas para elas ainda pode ser difícil reconhecer e identificar emoções complexas, como a inveja ou ciúmes. Falar sobre sentimentos e reconhecê-los pode ser tarefa difícil para pais e/ou responsáveis, já que muitas vezes eles escondem suas emoções com a intenção de proteger ou poupar as crianças. 

Não há uma pessoa específica que nos ensina como melhorar nossas habilidades emocionais, que incluem identificar, reconhecer e gerenciar as emoções, já que esta é uma capacidade aprendida ao longo do desenvolvimento e nas mais diversas situações. 

A medida que a criança se desenvolve e se depara com diversos sentimentos, cabe ao adulto identifica-lo para a criança, caso ela não consiga nomear, e acolher tal sentimento. Dessa maneira, estaremos criando crianças emocionalmente consciente.

Por que as emoções são importantes? Uma pesquisa descobriu que as pessoas que são emocionalmente habilidosas atuam melhor na escola, têm melhores relacionamentos e se envolvem com menos frequência em comportamentos não saudáveis. 

O ‘RULER’1 é um programa de ensino das emoções que vem sendo aplicado em mais de 1000 escolas dos EUA e demais países, cujo objetivo é reconhecer emoções em si mesmo e em outros; compreender as causas e conseqüências das emoções; rotulagem de experiências emocionais com um vocabulário preciso e diversificado e expressar e regular as emoções de formas que promovam o crescimento. Este programa foi desenvolvido em 2005  e é um dos programas escolares mais proeminentes para ensinar sobre emoções.

A Dinamarca2 é outro pais que se preocupa com este tema, pois tem a empatia no currículo escolar de crianças de 6 a 16 anos. Chamado de Klassens Tid, um momento em que os alunos falam de problemas individuais ou de nível de grupo. Juntos, a classe tenta respeitar todos os aspectos e ângulos e encontrar uma solução. A prática existe desde a década de 1870, mas foi codificada em uma lei de educação em 1993 e expandida desde então. É destinado a ajudar professores, bem como estudantes. O objetivo é criar um ambiente seguro e acolhedor, onde os problemas são exibidos e as crianças aprendem a colocar as coisas em perspectiva. 

Até a próxima,
Laura

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