segunda-feira, 26 de março de 2018

Queridos pais, vou mudar de país!


Sabemos que mudar de país, seja sozinho, com namorado(a) ou família requer muita coragem e aprendizados. O processo de adaptação e de integração em um novo país depende de muitos fatores, sendo importante respeitar seu tempo e identificar cada etapa deste processo para que você consiga lidar com ele da melhor maneira possível.

Mas você já pensou como ficou sua família que permaneceu no seu país de origem, após a notícia que você iria mudar? 

Talvez pela agitação da mudança você ainda não tenha refletido sobre o assunto, mas para aqueles que ficam também está sendo um processo cheio de questionamentos, sentimentos e aprendizados. Imagine você, pai ou mãe, que criou seu filho, esteve do lado dele em todos os momentos. Viu ele ir para creche, escola, faculdade. Apresentar o (a) companheiro (a),noivar, casar e ter filhos. E certo dia você ouve que ele está mudando de país!

A onda de choque resultante pode ser devastadora e conflitante. Os pais tentam ser corajosos e positivos quando confrontado com o que parece ser uma grande perda. Não é incomum que alguns pais tentam fazer com que seus filhos se sintam culpados por estarem indo embora, fazendo chantagens e brigando até o último momento. 

Apesar de cada família ser única, sendo impossível generalizar, devemos olhar o ponto de vista deles com seriedade e nos colocarmos no lugar deles. Todo pai e mãe quer o melhor para seu filho, seja longe ou perto! Mas não é sempre que eles lidam de maneira positiva e madura com a escolha que fazemos.

Para o expatriado que está deixando seu país, há um mundo novo vem pela frente, cheio de novas amizades e oportunidades, mas também muitos desafios. Para aqueles que ficam para trás, o cenário é diferente. Há um sentimento de vazio, perda e preocupação constante. Mas é importante lembrá-los que nós sempre faremos parte da vidas deles e sempre vamos procurá-los por orientação, apoio e amor, não importa em que parte do mundo nós estejamos. 

Pais, por favor, tentem não encarar isso como uma perda. Você não está perdendo seu filho ou família, ele está apenas se movendo! Pouquíssimas pessoas hoje em dia moram na esquina de seus pais e avós. 

No entanto, a perda de um ente querido para a expatriação não é diferente da dor de um luto. A elaboração do luto migratório se caracteriza por um equilíbrio entre a assimilação do novo e a ressignificação do que foi deixado para trás. Um processo difícil, porém cheio de amor e aprendizados!

Até a próxima,
Laura

2 comentários:

  1. Muito bom ler esta explicação, Laura! Até te agradeço por tê-la escrito! É minha realidade! É lógico que apoio meus filhos pela decisão de irem morar fora, mas a sensação do vazio é muito dolorida! Bjos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico muito feliz que tenha gostado! Espero ter ajudado de alguma maneira. Beijos

      Excluir